A Consulta e o Diagnóstico
É sempre necessário que o diagnóstico seja preciso e abrangente para que o tratamento seja bem sucedido, independente do método escolhido.
Por incrível que pareça, muitas pessoas já tropeçam logo neste primeiro passo em direção ao alívio dos sintomas.
Infelizmente, muitas vezes, o diagnóstico está incorreto ou incompleto.
Por exemplo, a depressão unipolar deve ser diferenciada da bipolar e vice versa. Caso isto não seja bem feito, você pode ser prejudicado.
Além disso, é fundamental identificar a presença de traumas que apontem para um transtorno do estresse pós traumático ou que estejam impedindo a sua melhora.
Posteriormente, é necessário verificar a existência de algum problema clínico ou psiquiátrico que possa estar sendo um obstáculo para o sucesso do seu tratamento.
Por isso, se você tiver exames recentes não se esqueça de levá-los para a consulta. Exames de sangue, de imagem cerebral e do coração podem ser úteis tanto para o diagnóstico quanto para acelerar o começo do melhor tratamento para você.
Durante a avaliação, eu também irei averiguar cuidadosamente o seu histórico de tratamento, tentando relacionar o uso de determinadas medicações com os seus resultados e efeitos adversos.
Até aqui, descrevi apenas os elementos necessários para uma boa avaliação psiquiátrica convencional.
No entanto, considero o diagnóstico psiquiátrico insuficiente para o tratamento eficaz de uma parte dos casos, pois ele não leva em consideração nem as causas gerais nem as individuais do adoecimento psíquico.
Dessa maneira, procuro me conectar com o aspecto mais humano e individual da pessoa para que eu possa realmente entender o que está ocorrendo. Com isso, identifico os fatores psicológicos e ambientais que possam ter relação com o problema a fim de modificá-los.
Além disso, investigo os fatores biológicos individuais que podem estar contribuindo para o quadro e para as falhas terapêuticas do passado. Neste ponto, o teste farmacogenético pode ser importante já que ele costuma apontar caminhos de tratamento que, talvez, tenham sido negligenciados.
Depressão: os 3 tipos de tratamento
Tratamento Natural
Em parte dos casos, indico a Terapia de Resolução de Traumas para o tratamento da depressão devido a sua eficácia, a ausência de efeitos adversos e seu potencial de focar nas causas psicológicas da depressão.
Esta terapia reúne técnicas psicoterápicas eficazes que são especialmente úteis quando há traumas ou uma história de vida conturbada. Nestes casos, é necessário retirar a importância emocional desses eventos e ajudar a pessoa a eliminar as emoções tóxicas ligadas a ele. Dessa forma, é possível regular o sistema límbico da pessoa, melhorando ou até eliminando os sintomas.
Em alguns casos, é possível resolver completamente o problema dentro de 2 a 12 horas de terapia, em media em 3 a 6 horas. Em outros, conseguimos resolver os aspectos psicológicos ligados a depressão, mas ainda se faz necessário complementar com intervenções biológicas.
Saiba mais sobre estas poderosas ferramentas psicoterápicas, clicando aqui e aqui.
Uma outra opção de tratamento natural é a utilização de fitoterápicos e nutracêuticos comprovadamente eficazes para o tratamento da depressão.
Portanto, às vezes, é possível evitar a prescrição de medicamentos convencionais utilizando técnicas psicoterápicas eficazes e intervenções biológicas naturais.
Tratamento Convencional
Em geral, ele consiste no uso da medicação psicotrópica disponível nas farmácias em conjunto com a psicoterapia.
É indicado para pessoas que já estão utilizando medicamentos e/ou psicoterapia bem como para casos mais graves e/ou que não responderam aos tratamentos naturais.
Mesmo quando utilizo a abordagem mais convencional procuro ser o mais abrangente possível desde a avaliação até a prescrição conforme descrito acima.
Uma evolução recente nesta abordagem é a possibilidade de transcender a medicina baseada apenas em média e estatística e começar a utilizar a medicina personalizada. Quando bem interpretado, o teste farmacogenético pode auxiliar o medico a escolher de maneira mais eficiente os medicamentos a serem prescritos e melhorar os resultados do tratamento convencional em alguns casos.
Tratamento com infusões de cetamina ou ketamina
O ex-diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, Thomas Insel, disse o seguinte sobre este último tratamento:
“Este é o maior avanço na terapia antidepressiva das últimas décadas”.
As pesquisas publicadas em revistas internacionais de grande importância no meio científico apontam que cerca de 70% dos pacientes que não melhoram com os antidepressivos convencionais, respondem a este método de tratamento.
Em muitos casos, a pessoa melhora após algumas horas em vez de ter que esperar de quatro a oito semanas para obter alívio dos sintomas como no caso do tratamento convencional. Em outros casos, podem ser necessárias duas a três semanas para obter o benefício. No entanto, nunca é preciso mais do que isso para sabermos se o paciente responde ou não a esta intervenção.
Por isso, esta alternativa é indicada quando é necessário que a pessoa melhore com urgência ou quando a pessoa não responde bem ao tratamento convencional.
Esta descoberta está revolucionando o paradigma do tratamento farmacológico da depressão, uma vez que a cetamina atua no cérebro de maneira bem diferente dos antidepressivos convencionais.
Neste link, respondo as perguntas mais frequentes sobre o uso da cetamina no tratamento da depressão.
Caso você tenha se interessado por este tratamento inovador e queira obter mais informações a respeito, recomendo que visite o seguinte website: ketamineadvocacynetwork.org. Ele foi feito por pacientes que se trataram com a cetamina e tiveram boa resposta. Por isso, acharam importante divulgar.