Você sabe o que é eletroconvulsoterapia (ECT)? A técnica surgiu na Psiquiatria em 1930. Observou-se que pacientes com transtornos psiquiátricos apresentavam melhora dos sintomas após experimentarem convulsões.
Também conhecida como eletrochoque, a eletroconvulsoterapia ainda sofre muito preconceito. Afinal, como a ECT é utilizada atualmente? Ainda faz sentido optar por essa forma de tratamento para depressão profunda? Continue a leitura deste artigo para entender essas questões.
Como a eletroconvulsoterapia surgiu na Psiquiatria?
A indução de convulsões para melhorar os sintomas de pacientes com transtornos psiquiátricos é estudada há muito tempo. Na Psiquiatria, foram pesquisadas diferentes abordagens, como o uso de cânfora e a terapia com insulina, como forma de melhorar o quadro clínico desses casos.
A eletroconvulsoterapia envolve induzir crises convulsivas por meio de descargas elétricas. Na época do surgimento da técnica, não eram utilizados anestésicos e relaxantes musculares. Também existia falta de conhecimento dos parâmetros relacionados às descargas elétricas. Isso gerou problemas que contribuíram para a estigmatização do procedimento.
A partir de 1978, a Associação Americana de Psiquiatria buscou estabelecer um consenso sobre os aspectos técnicos e clínicos da ECT. Após 7 anos, o Instituto Nacional de Saúde e a Conferência Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos criaram um novo protocolo, incentivando as pesquisas e a definição de critérios para o uso.
Estudos subsequentes comprovaram a eficácia e a segurança da técnica especialmente para pacientes com transtornos graves e refratários do humor.
O que é e como a ECT funciona atualmente?
A eletroconvulsoterapia, nos dias de hoje, é um procedimento médico. Ela consiste na aplicação de descargas elétricas controladas ao cérebro, induzindo a convulsão terapêutica.
Geralmente, esse tratamento é realizado em casos de transtornos psiquiátricos graves, como depressão forte (resistente ao tratamento), transtorno bipolar e esquizofrenia, quando outras abordagens terapêuticas falham.
Como a eletroconvulsoterapia funciona? O procedimento é realizado em um ambiente controlado, como um hospital. Primeiro, o paciente recebe anestesia geral e fica completamente inconsciente.
Também são administrados relaxantes musculares para prevenir movimentos involuntários durante a convulsão. Depois, eletrodos são colocados nas têmporas para a passagem de uma corrente elétrica controlada no cérebro.
O mecanismo de ação da ECT ainda não foi totalmente elucidado, mas impacta vários componentes no sistema nervoso central, promovendo a melhora de sintomas depressivos, maniformes e psicóticos.
Eletroconvulsoterapia como tratamento para depressão
A eletroconvulsoterapia é indicada para o tratamento de certos casos de depressão. Durante a explicação de o que é eletroconvulsoterapia, é importante ressaltar que essa opção é válida quando outros tratamentos, com medicamentos antidepressivos ou psicoterapia, por exemplo, não foram eficazes ou há necessidade urgente de alívio dos sintomas.
Antes de recomendar a ECT, os profissionais de saúde realizam uma avaliação completa do paciente, considerando fatores como histórico médico, resposta a tratamentos anteriores e gravidade dos sintomas. A decisão de usar a ECT é tomada em conjunto com o paciente, após discussão dos riscos e dos benefícios.
Riscos da ECT
Se for feita por equipe multiprofissional e experiente, composta por psiquiatra, anestesista e enfermeira, em local adequado, a ECT é segura. O estigma ligado ao procedimento não se justifica nos dias atuais.
Mesmo assim, é necessário admitir que esse procedimento tem riscos inerentes à anestesia, ao bloqueio neuromuscular e aos passos em si. O aumento da pressão arterial é frequente, por exemplo.
O maior risco da ECT é acarretar um prejuízo significativo à memória do paciente. Apesar de muitos profissionais afirmarem que esse efeito indesejado é transitório, algumas vezes, ele é permanente.
Como as queixas cognitivas em pacientes com depressão são bem comuns, afetando a qualidade de vida e a capacidade laboral dos indivíduos, a decisão por um tratamento que pode agravar ainda mais o prejuízo cognitivo deve ser feita somente em último caso.
Outras opções de tratamento para depressão resistente
Após compreender o que é eletroconvulsoterapia, tenha em mente que essa é somente umas das opções para o tratamento da depressão resistente a antidepressivos. Outros recursos podem ser muito úteis nessa situação, sem os riscos da ECT. Confira os dois principais abaixo.
Cetamina
A cetamina tem propriedades antidepressivas significativas, utilizadas de forma off-label para tratar a depressão resistente a outros tratamentos. A administração para esse fim costuma ocorrer por meio de infusões intravenosas, em ambiente clínico supervisionado.
EMT
A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é não invasiva. Ela consiste na aplicação de pulsos magnéticos para modular a atividade cerebral. No tratamento da depressão, ela é frequentemente utilizada para estimular áreas específicas do cérebro, associadas ao controle emocional.
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