Hipnose Clínica: respostas às dúvidas frequentes

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Talvez, você tenha ficado interessado no tratamento com hipnose clínica, mas tenha algumas dúvidas sobre este tratamento que estejam te impedindo de agir.

Então, resolvi escrever esse e-mail, respondendo às questões mais comuns. Confira abaixo.

Fico inconsciente durante a sessão?

Não. Você vai estar em vigília, portanto vai estar consciente. A hipnose é apenas uma pequena mudança no seu estado mental que facilita o acesso ao subconsciente. Assim, fica mais fácil reprogramá-lo.

Vou lembrar do que aconteceu na sessão?

Sim. Como você fica consciente, você se lembra do conteúdo da sessão.

Tenho medo de não conseguir entrar em hipnose. Isso pode acontecer?

É possível, porém improvável. A maioria das pessoas é suscetível o suficiente para conseguir se beneficiar da hipnose como ferramenta facilitadora do tratamento psicoterápico.

No entanto, nos raros casos em que a pessoa não é suscetível, pode-se usar apenas EMDR e PNL, técnicas que ajudam no processamento de traumas e que não demandam o estado de hipnose para serem efetivas.

Tenho medo de acessar meus traumas e piorar. Isso pode acontecer?

Realmente, se for simplesmente para acessar os traumas e revivê-los, não vale a pena. Você pode até reforçar as vias neurais ligadas aos traumas e piorar.

No entanto, se você estiver se tratando com um profissional que sabe o que está fazendo, é improvável que isso ocorra. Isso porque o profissional irá conduzir a terapia toda com o objetivo de desconectar as emoções e sensações corporais dos eventos traumáticos. Ele não vai apenas fazer você revivê-los. Dessa maneira, não haverá reforço dos traumas e sim dessensibilização e ressignificação do mesmo.

Mesmo assim, apesar de incomum, é possível que no começo do tratamento você sinta alguma piora por ter acessado conteúdos delicados. Todavia, quando isso ocorre, é sinal de que só falta fazer mais algumas horas de hipnoterapia para resolver a questão. Às vezes, o cérebro precisa de um pouco mais de repetição para reaprender e quebrar antigos padrões disfuncionais.

Hipnoterapia é ligada a alguma religião ou é um tratamento espiritual?

Não. A terapia é baseada apenas em conceitos da psicologia moderna como traumas, subconsciente e outros. Além disso, não há perda de controle ou de consciência conforme explicado acima. Portanto, não há nada que impeça que alguém religioso se beneficie da hipnose clínica.

Mas, já ouvi falar de regressão para vidas passadas. Tem alguma relação?

Há pessoas que usam a hipnose como um veículo para esse tipo de experiência. Contudo, não é assim que um hipnoterapeuta focado em resolver problemas emocionais utiliza a hipnose. O foco é quebrar padrões disfuncionais que foram sendo aprendidos inconscientemente ao longo desta vida mesmo. Não é um tratamento espiritual.

Tem evidência científica?

Respondo com a tradução da conclusão de um estudo sobre isso publicado em 2013: “depois de revisar dois estudos clínicos randomizados, os resultados demonstram que a hipnoterapia é eficaz para depressão. Os estudos também revelaram que a hipnoterapia é mais eficaz em tratar a depressão do que os antidepressivos e a terapia cognitiva comportamental.” Simone Youssef, Is Hypnotherapy an Effective Treatment for Depression, 2013

Mas depressão não é um problema do cérebro ou da serotonina? Como é possível que uma terapia ajude tanto?

Já há bastante evidência científica de que uma boa psicoterapia tem o poder de influenciar o funcionamento cerebral. Estudos com ressonância magnética funcional que avaliam mudanças na ativação de certas áreas do cérebro ligadas a regulação emocional antes e depois do processo de psicoterapia atestam isso.

Uma boa analogia para facilitar o entendimento é a seguinte: pense no cérebro como o hardware e a mente como o software de um computador. Ambos os componentes da máquina são muito importantes e devem estar funcionando bem para que o equipamento tenha um bom desempenho. Ademais, um afeta o funcionamento do outro. Quando o computador para de funcionar, o técnico deve avaliar se o problema maior está numa peça de hardware ou num programa de software e agir de acordo. Da mesma maneira, o psiquiatra deve avaliar os casos de depressão de maneira abrangente.

Esse tratamento é garantido?

Apesar de o resultado ser fenomenal em alguns casos, a resposta a esta pergunta é a seguinte: obviamente, não. Aliás, se alguém te garantir que vai curar a sua depressão, recomendo que você fuja!

Ainda mais, se esse profissional tiver apenas uma ferramenta a seu dispor para te ajudar. Seja ela medicamentos, hipnose ou outra qualquer outra.

Nenhum tratamento é capaz de resolver o problema de todos. Até porque os indivíduos são diferentes e as causas da depressão também são. Os traumas e padrões disfuncionais tratados com este método, às vezes, não são a principal causa do problema. Inclusive, para alguns, eu nem indico a hipnoterapia por sentir que, provavelmente, não é a melhor opção. Por outro lado, em alguns casos, eu indico como primeira opção de tratamento e, muitas vezes, os resultados são ótimos.

Como funciona?

Primeiro, você deve passar por uma consulta na qual  serão avaliados tanto os aspectos psicológicos quanto os médicos do seu caso. Também será avaliado se a hipnoterapia é realmente uma boa opção de tratamento para você. Se for indicado, você marca a sua primeira sessão de hipnoterapia logo após a primeira consulta.

Normalmente,  inicio o processo já com a regressão logo na primeira sessão de hipnoterapia. A partir daí, posso utilizar outras técnicas complementares. As sessões duram 1 hora.

Quantas sessões são necessárias?

É muito difícil prever o numero de sessões com exatidão. Entretanto, posso afirmar que são apenas algumas horas de hipnoterapia e não um tratamento que se estende por anos. Eu diria que, no mínimo 2 horas e, no máximo, 10 a 12 horas. Se não houver resultado depois desse tempo, migramos para outros tipos de tratamento. Em média, são 3 a 6 horas.

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Clínica Ór Psiquiatria
Clínica Ór Psiquiatria

Clínica dedicada ao cuidado e tratamento de saúde mental. Oferecemos uma abordagem abrangente e personalizada para cada paciente.

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