Muitas vezes, os métodos tradicionais contra a depressão e a ansiedade são ineficientes. Nessas situações, é possível contar com o auxílio de uma substância inovadora: a cetamina. Este artigo esclarece as principais dúvidas sobre o assunto, incluindo se a cetamina precisa de receita.
O que é cetamina?
Você sabe o que é a cetamina? Originalmente utilizada como anestésico, ela teve o uso difundido em procedimentos cirúrgicos a partir dos anos 60. Por isso, é muito conhecida em hospitais de todo o mundo.
Graças à eficácia e à segurança comprovadas como anestésico, a cetamina é considerada um medicamento essencial pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Ela também é aprovada pelo órgão regulador americano FDA (Food and Drug Administration) e pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Nos últimos 20 anos, esse fármaco também se tornou uma ótima alternativa para pacientes com depressão que não respondem aos antidepressivos convencionais, uma vez que apresenta resultados satisfatórios em 70% dos casos de depressão resistente.
Para que a cetamina serve?
O cloridrato de cetamina estimula a produção de materiais capazes de reparar os danos causados pela depressão às sinapses cerebrais. A substância ativa um importante receptor, AMPA, enquanto bloqueia outro, conhecido como NMDA.
Dessa forma, ela reconstrói a comunicação entre os neurônios. Como resultado, é possível notar melhora no funcionamento das áreas responsáveis pela aprendizagem, pelo pensamento, pela memória e pela regulação emocional do cérebro.
Quais são os tipos de cetamina?
Conhecer os principais tipos também ajuda a entender os motivos pelos quais a cetamina precisa de receita. Ela pode ser administrada de várias maneiras, de acordo com as necessidades do paciente e o protocolo escolhido pelo médico. Veja os métodos mais utilizados abaixo.
Infusão intravenosa
A infusão intravenosa permite maior controle sobre o processo, uma vez que é lenta e pode ser interrompida a qualquer momento. Essa via de administração é muito difundida devido aos estudos que comprovam a eficácia. Por isso, é o método de tratamento adotado pela Clínica Ór.
Intranasal com spray
Como essa aplicação não envolve agulhas, é possível proporcionar mais conforto ao paciente. Por outro lado, atualmente, o tratamento por essa via de administração tem valor significativamente maior.
Subcutâneo
Esse tipo de aplicação é feito sob a pele, normalmente, na região abdominal. Mesmo sendo menos estudado que a forma endovenosa, é um procedimento utilizado em muitas clínicas pela praticidade.
Tratamento convencional e com cetamina: qual é a diferença?
Agora que você já entendeu para que a cetamina serve, vale lembrar as diferenças entre a atuação dela e dos medicamentos antidepressivos convencionais. O primeiro ponto é o tempo de resposta ao tratamento.
Geralmente, os antidepressivos convencionais levam de semanas a meses para fazer efeito. Por outro lado, a cetamina pode promover alívio dos sintomas em horas ou dias.
O psiquiatra especialista em depressão Dr. Ivan Barenboim explica que essa diferença entre a cetamina e o antidepressivo decorre dos distintos mecanismos de ação no cérebro.
“A cetamina atua pela via glutamatérgica, promovendo a rápida regeneração de sinapses cerebrais, enquanto os antidepressivos tradicionais aumentam a concentração de monoaminas nas sinapses cerebrais, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina”.
A cetamina é indicada em quais casos?
Até aqui, ficou fácil compreender o sucesso na abordagem psiquiátrica e a razão pela qual a cetamina precisa de receita. Para elucidar ainda mais a questão, saiba que a indicação da cetamina para depressão costuma ser feita quando o indivíduo não responde adequadamente a outras abordagens clínicas, como psicoterapia e antidepressivos.
A administração é realizada em doses baixas, por meio de infusão intravenosa. Todo o procedimento deve ser feito em ambiente médico, com monitoramento dos sinais e supervisão do profissional de saúde.
A cetamina possui efeitos colaterais?
Uma dúvida comum para muitas pessoas é se a cetamina tem efeitos colaterais. Quando utilizada como medicamento contra a depressão, ela é administrada em doses abaixo das usadas em anestesias. Por isso, é bem tolerada pela maioria dos pacientes.
Em alguns casos, podem ocorrer náuseas, aumento da pressão arterial e sintomas dissociativos, mas todos esses efeitos adversos são passageiros, desaparecendo completamente após o término da aplicação. Até o momento, não foram reportadas reações adversas graves ou duradouras causadas pelo tratamento com cetamina para depressão.
O que a bula da cetamina diz?
Para esclarecer por que a cetamina precisa de receita, é possível analisar as informações contidas na bula. Esse documento informa que o remédio é contraindicado para pacientes com hipertensão arterial descontrolada e histórico de doenças cardíacas.
Segundo a bula da cetamina, deve-se ter cautela ao dirigir ou operar máquinas perigosas logo após o uso do medicamento. Também é recomendada a precaução no uso por pessoas que consomem álcool de maneira crônica, assim como gestantes e lactantes.
Cetamina precisa de receita
Independentemente da via de administração, a cetamina precisa de receita para ser adquirida. A substância foi aprovada pela ANVISA em 2020 e é considerada um remédio controlado e psicotrópico, que pode deprimir, estimular ou perturbar as atividades neuronais.
Portanto, o uso é restrito aos estabelecimentos de saúde, feito sob supervisão de equipe médica ou de enfermagem. Mesmo apresentando receita, o fármaco não é comercializado em drogarias, apenas disponibilizado a clínicas e hospitais.
Clínica Ór: tratamentos seguros à base de cetamina
Pioneira no método com cetamina no Brasil, a Clínica Ór é referência em tratamentos inovadores para a depressão. Com uma equipe multidisciplinar de psiquiatras e psicólogos altamente capacitados, ela oferece diversos tipos de terapias, incluindo a EMT (estimulação magnética transcraniana) e opções naturais.
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