Cetamina: conheça novo tratamento eficaz para a depressão

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Utilizada há mais de 50 anos em hospitais e centros cirúrgicos, a cetamina surgiu com a finalidade de ser um anestésico seguro. Atualmente, ela ganhou mais um papel, tornando-se muito útil para a saúde mental. Entenda como isso é possível a partir da leitura deste conteúdo.

Cetamina para o auxílio no tratamento da depressão

Para que a cetamina serve? O medicamento era utilizado como anestésico, já que a ação garantia alívio da dor. No entanto, nos últimos 20 anos, estudos demonstraram efeitos promissores nos tratamentos dos transtornos mentais.

Nos últimos anos, a cetamina ganhou notoriedade na área da Psiquiatria, principalmente após estudos comprovarem o quanto a substância pode auxiliar no tratamento da depressão resistente, aquela que dificilmente responde à psicoterapia e ao uso de antidepressivos.

Comprovação de eficácia

Ainda que não seja algo novo, os componentes e as especificidades continuam sendo analisados pela ciência. Pesquisadores avaliam o quão longe a cetamina pode avançar nos tratamentos para a saúde mental porque o fármaco tem um grande desempenho no alívio dos sintomas da depressão, incluindo a ideação suicida.

Um estudo do Journal of Clinical Psychiatry submeteu 424 pessoas com esses diagnósticos ao uso do medicamento por 21 dias, participando de 6 infusões. Segundo a pesquisa, 6 semanas após as sessões, 50% dos participantes responderam ao tratamento, enquanto 20% tiveram os sintomas depressivos em remissão.

Após os primeiros resultados, os mesmos pacientes foram submetidos a mais 4 infusões, totalizando 10 sessões. As taxas de resposta e remissão aumentaram para 72% e 38%, respectivamente.

Além disso, metade dos pacientes com pensamentos suicidas apresentaram melhora no quadro de ideação. Também houve redução de 30% dos sintomas de ansiedade.

Presente na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cetamina é considerada um método cada vez mais essencial para quadros psiquiátricos. Ela pode mudar positivamente o comportamento dos pacientes submetidos ao uso.

História

Quando foi desenvolvido em 1962, o fármaco auxiliou cirurgias que precisavam de um anestésico seguro. Muito popular durante a Guerra do Vietnã, a substância era essencial para o socorro de soldados feridos nos campos de combate.

Em 2000, uma nova percepção surgiu em relação à droga. Estudos apontaram que, usada em menor quantidade, ela poderia auxiliar na recuperação de pacientes diagnosticados com depressão.

No entanto, apenas em 2019, ela foi mundialmente reconhecida como um método clínico efetivo em tratamentos não convencionais do Transtorno Depressivo Persistente.

A novidade ganhou notoriedade quando a agência de saúde americana Food and Drug Administration (FDA) chamou atenção ao aprovar a fabricação e a venda do isômero S do componente em forma de spray nasal naquele ano.

No Brasil, a substância foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2020. O mesmo isômero S da cetamina, chamado escetamina, também é fabricado para administração parenteral. Independentemente da via de administração, o uso do medicamento é restrito aos estabelecimentos de saúde, feito sob supervisão de equipe médica e de enfermagem.

Como o medicamento funciona?

Diferentemente dos antidepressivos convencionais, que atuam no sistema nervoso por meio da modulação das monoaminas, a cetamina para depressão modula o sistema glutamatérgico. Ela bloqueia um receptor chamado NMDA e ativa outro chamado AMPA.

Os resultados da ação são a rápida regeneração de sinapses prejudicadas por conta da depressão e a consequente restauração do funcionamento de redes neurais responsáveis pela regulação emocional.

Usualmente, os antidepressivos modulam o sistema monoaminérgico do cérebro. A eficiência pode levar alguns meses para ser percebida e, em muitos casos, não gera o efeito desejado.

Enquanto isso, a cetamina modula a ação do glutamato no cérebro, ajudando na reconstrução das sinapses por outro mecanismo de ação. Em vez de regular a ação dos neurotransmissores, o medicamento forma novos meios de conexão entre eles. Desse modo, os estudos apontam que a recuperação do paciente pode ocorrer mais rapidamente, em dias ou semanas de tratamento.

Infusão

Pela potência, algumas vezes, os efeitos podem ser sentidos nas primeiras 24h após a administração. A infusão da substância deve ser prescrita por um médico especialista, sob supervisão de estabelecimento de saúde, para garantir a segurança do indivíduo. São raros os casos de contraindicações, mas cada um deve ser analisado de forma particular.

Entre os efeitos adversos, o medicamento pode causar náuseas, vômitos, tontura e sonolência e os chamados sintomas dissociativos. Geralmente, quando o paciente é submetido ao tratamento, as clínicas deixam-no em observação por alguns minutos, para certificar o bem-estar.

Ainda que os resultados possam ser notados em poucas horas, é necessário um tratamento com múltiplas infusões, entre 8 e 18 sessões, para o avanço satisfatório.

Conheça um método avançado de tratamento para depressão

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Ela foi fundada pelo Dr. Ivan Barenboim, médico responsável por trazer a novidade ao solo brasileiro. Ele também utiliza outros tratamentos avançados para depressão resistente, como a estimulação magnética transcraniana.

O espaço é referência em tratamentos avançados e não convencionais. O objetivo é facilitar o acesso a intervenções terapêuticas inovadoras e comprovadas cientificamente. Agende uma consulta pelo WhatsApp (11) 91168-1948.

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Clínica Ór Psiquiatria
Clínica Ór Psiquiatria

Clínica dedicada ao cuidado e tratamento de saúde mental. Oferecemos uma abordagem abrangente e personalizada para cada paciente.